A Mídia Ninja como fonte de informação e formadora de opinião
As fontes de informações atuais não se limitam mais a televisão e aos jornais. O público quer opiniões diferentes, matérias profundas e a realidade. Isso tudo podemos encontrar na internet, em que qualquer um com um ponto de acesso pode compartilhar seu ponto de vista e encontrar apoiadores da mesma visão. No livro “Breve roteiro introdutório ao campo de estudo da Comunicação Social no Brasil”, o autor Venício A. de Lima disserta sobre como as novas tecnologias estão se sobressaindo em relação às antigas. “As diferentes tecnologias que eram necessárias para as várias transmissões analógicas – telégrafo para texto, telefonia para voz, radiodifusão para sons e imagens etc. – estão sendo substituídas por redes digitais integradas de usos múltiplos – via cabo ótico, satélites ou rádio digitais”, ele afirma.
A mídia alternativa surgiu diante da falta de representação que algumas minorias, e até mesmo grupos políticos, muitas vezes sentiam em relação a mídia tradicional. Esses grupos queriam um espaço onde pudessem mostrar sua realidade e suas ideias.
Um exemplo de sucesso dessa mídia alternativa é o site Mídia Ninja. Ele publica postagens sobre temas polêmicos envolvendo política, preconceitos e tabus. Todos os repórteres-ninjas têm o mesmo objetivo: quebrar a narrativa quadrada da grande imprensa usando a própria mídia como arma. O grupo é famoso pelo engajamento e participação ativa nos fatos que apresenta. O Mídia Ninja começou a chamar a atenção da imprensa, isso é comprovado pelo fato de grandes veículos citarem a opinião dos ninjas e a repercussão entre os leitores de suas postagens em reportagens próprias. Como exemplo, o artigo do jornalista Tony Goes, colunista da Folha, sobre o fato de brancos dublarem personagens negros na trama “Pantera Negra”, da Marvel. Inclusive, tal crítica começou por causa da Mídia Ninja, que postou em seu perfil uma imagem com o comentário que repercute e chega a consumidores de notícias até hoje.
A Mídia Ninja mostra o que a grande mídia esconde. Analisando os Modelos Teóricos de Estudo das Comunicações, apresentados por Lima (2001), ela realiza a ideia de função, ao cumprir seu papel na divulgação dos fatos; compreende também a informação, afinal trabalha com isso; e é cultura ao tratar de temas quentes e necessários. Ela é vista como uma fonte próxima do público, confiável e segura ao expor uma opinião sincera de determinado tema sem influência de poderes maiores.
Ao mesmo tempo, a Mídia Ninja é assumidamente apoiadora da esquerda, o que a faz sofrer com outros Modelos Teóricos da Comunicação, como a persuasão e manipulação a partir do momento em que eles são totalmente parciais, sempre mostrando apenas um lado da situação em questão. Por consequência disso podemos afirmar que, de certa forma, o veículo manipula o seu público.
Referências Bibliográficas
Mídia Ninja. Disponível em <http://midianinja.org/>. Acesso em 25 março 2018.
Personagens negros devem sempre ser dublados por negros?. Folha. Disponível em: <https://f5.folha.uol.com.br/colunistas/tonygoes/2018/02/personagens-negros-devem-sempre-ser-dublados-por-negros.shtml>. Acesso em 25 março 2018.
Tempos de intolerância: polarização encontra força motora nas redes sociais. Folha. Disponível em <http://www.folhape.com.br/politica/politica/panorama/2018/03/25/NWS,63124,7,999,POLITICA,2193-TEMPOS-INTOLERANCIA-POLARIZACAO-ENCONTRA-FORCA-MOTORA-NAS-REDES-SOCIAIS.aspx>. Acesso em 25 março 2018.
LIMA, Venício A. de. Mídia, teoria e política. Rio de Janeiro: Fundação Perseu Abramo, 2001.